A teoria do Newsmaking rejeita a idéia de reflexão da realidade defendida pela teoria do espelho e defende o jornalismo como a construção da realidade.
A quantidade de fatos que ocorrem cotidianamente ultrapassa em grande volume os que de fato se tornam notícia nos veículos de comunicação, já que seria impossível noticiar a todos. Por esse motivo, a criação de notícias leva em consideração critérios para a escolha dos fatos a serem noticiados, medindo seu grau de noticiabilidade através dos valores-notícia, divididos em:
Categorias substantivas: importância dos envolvidos, quantidade de pessoas envolvidas, interesse nacional, interesse humano, feitos excepcionais.
Categorias relativas ao produto: brevidade (dentro dos limites do jornal), atualidade, novidade, organização interna da empresa, qualidade (ritmo, ação dramática), equilíbrio (diversificação de assuntos).
Categorias relativas ao meio de informação: acessibilidade à fonte/local, formatação prévia de manuais, política editorial.
Categorias relativas ao público: plena identificação de personagens, serviço/interesse público, protetividade (evitar divulgar suicídios, etc).
Categorias relativas à concorrência: exclusividade ou furo, gerar expectativas, modelos referenciais.
Segundo Mauro Wolf, a seleção de fatos a se tornarem notícia estão vinculados a três vertentes principais: a cultura profissional dos jornalistas, a organização do trabalho e os processos produtivos. “Pontuando” um fato através dos critérios acima, ele sofrerá a influência do julgamento dos pauteiros e editores, embasado em sua cultura profissional. A organização do trabalho, a hierarquia, as jornadas de trabalho também terão influencia no produto final (a notícia), bem como os processos produtivos e suas limitações ou vantagens como o horário do deadline, a limitação de caracteres, os tempos envolvidos para edição, diagramação, impressão e distribuição.
Para Gaye Tuchman, os órgãos de informação têm três obrigações a cumprir ao produzir notícias: tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como algo notável; elaborar formas de relatar os acontecimentos sem a pretensão de dar a cada fato um tratamento idiossincrático; organizar temporal e espacialmente o trabalho, de modo que acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhados de forma planificada.
A teoria sugere que produção de notícias deve ser planejada como uma rotina industrial. Seus procedimentos próprios e limites organizacionais devem ser levados em consideração. Assim, o jornalista é submetido ao processo produtivo, e dessa maneira a possível manipulação das notícias pelo mesmo é superada pelas imposições do processo produtivo. As normas ocupacionais têm maior influência que preferências pessoais na filtragem das notícias.
No entanto, é comum que aconteça uma “distorção inconsciente”, que está relacionada às próprias limitações da rotina produtiva, como o deadline, a preferência de determinados valores-notícia, o tempo/espaço disponível para determinada matéria, etc.
A quantidade de fatos que ocorrem cotidianamente ultrapassa em grande volume os que de fato se tornam notícia nos veículos de comunicação, já que seria impossível noticiar a todos. Por esse motivo, a criação de notícias leva em consideração critérios para a escolha dos fatos a serem noticiados, medindo seu grau de noticiabilidade através dos valores-notícia, divididos em:
Categorias substantivas: importância dos envolvidos, quantidade de pessoas envolvidas, interesse nacional, interesse humano, feitos excepcionais.
Categorias relativas ao produto: brevidade (dentro dos limites do jornal), atualidade, novidade, organização interna da empresa, qualidade (ritmo, ação dramática), equilíbrio (diversificação de assuntos).
Categorias relativas ao meio de informação: acessibilidade à fonte/local, formatação prévia de manuais, política editorial.
Categorias relativas ao público: plena identificação de personagens, serviço/interesse público, protetividade (evitar divulgar suicídios, etc).
Categorias relativas à concorrência: exclusividade ou furo, gerar expectativas, modelos referenciais.
Segundo Mauro Wolf, a seleção de fatos a se tornarem notícia estão vinculados a três vertentes principais: a cultura profissional dos jornalistas, a organização do trabalho e os processos produtivos. “Pontuando” um fato através dos critérios acima, ele sofrerá a influência do julgamento dos pauteiros e editores, embasado em sua cultura profissional. A organização do trabalho, a hierarquia, as jornadas de trabalho também terão influencia no produto final (a notícia), bem como os processos produtivos e suas limitações ou vantagens como o horário do deadline, a limitação de caracteres, os tempos envolvidos para edição, diagramação, impressão e distribuição.
Para Gaye Tuchman, os órgãos de informação têm três obrigações a cumprir ao produzir notícias: tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como algo notável; elaborar formas de relatar os acontecimentos sem a pretensão de dar a cada fato um tratamento idiossincrático; organizar temporal e espacialmente o trabalho, de modo que acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhados de forma planificada.
A teoria sugere que produção de notícias deve ser planejada como uma rotina industrial. Seus procedimentos próprios e limites organizacionais devem ser levados em consideração. Assim, o jornalista é submetido ao processo produtivo, e dessa maneira a possível manipulação das notícias pelo mesmo é superada pelas imposições do processo produtivo. As normas ocupacionais têm maior influência que preferências pessoais na filtragem das notícias.
No entanto, é comum que aconteça uma “distorção inconsciente”, que está relacionada às próprias limitações da rotina produtiva, como o deadline, a preferência de determinados valores-notícia, o tempo/espaço disponível para determinada matéria, etc.
Essa distorção pode ser exemplificada com a hipótese de que uma notícia de última-hora seja inserida no jornal sem que uma apuração ideal tenha sido feita. Seguindo os critérios dos valores notícia, as declarações de uma fonte oficial, por exemplo, terão prioridade a serem noticiadas, o que pode distorcer o fato.
O veículo tem um formato planejado, o que torna possível um planejamento prévio de alguns tipos de notícia que o comporão, antes mesmo que elas sejam produzidas. Ex de tipos de notícias: duras (factuais), leves (que não perdem a atualidade), súbitas (imprevisíveis), em desenvolvimento (fatos ainda acontecendo), em seqüência (fatos pré-programados). Assim, matérias leves, de temas em desenvolvimento e em seqüência são melhor planejadas, com maior antecedência.
Apesar do processo industrial, o processo de trabalho não é imutável e determinista. A rede de fontes, a capacidade de negociação e o talento para a investigação demonstram que o processo de produção das notícias é interativo. Ele depende das rotinas profissionais, iniciativa dos jornalistas, e da demanda da sociedade.
Algumas forças/ações devem ser consideradas como influenciadoras na produção de notícias: ação pessoal (as notícias resultam parcialmente das pessoas e suas ações); ação social (as notícias também são fruto das dinâmicas e dos constrangimentos sociais); ação ideológica (as notícias têm origem nos interesses que dão coesão aos grupos); ação cultural (as notícias são produto dos sistema cultural em que são produzidas) ; ação do meio físico (as notícias dependem dos dispositivos tecnológicos usados em sua fabricação); ação histórica (as notícias são um produto da história, durante a qual interagem as outras cinco forças).
Em suma, a teoria do newsmaking trata das práticas unificadas que são adotadas na rotina de trabalho pelos órgãos de informação, como a divisão de tarefas, a utilização de valores-notícia, a carga horária de trabalho, o caminho que percorre a notícia desde sua apuração à sua veiculação, a fim de ordenar o tempo e espaço, e assim trabalhar a produção de notícias de forma planejada e ordenada.
Por Larissa Okuyama
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