sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Teoria dos Fractais Biográficos ou a Biografia sem-fim

Nessa teoria o autor se coloca a questionar o modelo do jornalismo de sua época como sendo algo muito mecânico, baseado em um formato que conduza tudo de forma muito fria, com início, meio e fim, questiona assim essa rotina que vive o jornalismo e lança do desafio da busca. Dessa forma o jornalismo apenas busca adequar a informação ao que o leitor já se acostumou a ver e ler, a informação busca apenas dizer algo como sendo uma correta verdade, usando assim um formato que não faz questão de ter parâmetros paralelos aos já incorporados no sistema, quando muitas vezes apenas reflete a realidade ao que se pode ver, mas não uma verdade completa de quem busca olhar de variados modos, quando fogem do modelo tradicional do jornalismo.




O desafio então é construir um jornalismo sem a limitação do modelo seguido pelo jornalismo e da biografia padronizada no meio, assim como todos os seus vícios. O próprio cenário favorece a mudança do modelo que questiona Felipe Pena, considerando que hoje a biografia não é semelhante aos anos anteriores, pois essa biografia invasiva é escrita todos os dias pela mídia, não mais é pesquisado uma bibliografia que escrevia apenas o determinada pessoa desejava falar.

Assim uma biografia, ou nota jornalística não mais seria escrita tendo que seguir um modelo em formato fechado, com começo, meio e fim, e sim narras uma realidade que não tenha como preocupação apresentar uma história completa, apenas narrar uma etapa presenciada.
"Não se preocupe em desvendar as páginas da vida alheia. Contemple-as. O rastro de sangue na folha de papel é o que identifica a biografia e os biógrafos. Nós somos os açougueiros da alma." Pelipe Pena

Dessa forma nasce esse novo conceito de informação jornalística diferenciado, não de forma linear e de forma a acalmar o leitor. Todavia o autor reconhece que o formato utilizado facilita a venda, a narração e até a compreensão, mas não é fiel em mostrar as transformações existentes com fidelidade. Surgem assim pequenas histórias dentro de outras. Assim um leitor pode começar sua pesquisa ou leitura de qualquer página de uma história. Alem de que essa modalidade pode assim facilitar a interação com o leitor, podendo ele participar ao narrar a seu modo um evento.

Por fim o autor entende que o jornalismo em velocidade ainda lenta, envereda-se por esse caminho desafiador e novo, podendo assim transformar o meio jornalístico em alguns anos. Gerando assim um modelo biográfico sem fim.

By Jackson Bueno

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Teoria Organizacional

Em suma essa teoria consiste em fazer um bom trabalho de comunicação, apurado, detalhado em seus emaranhados sem dar brechas a desvios, todavia esse bom trabalho não pode ser contrário ao interesses daqueles que estão dando o suporte maior a manutenção desse jornal, pois o veículo de comunicação precisa ser mantido, existindo ai a interferência direta da gestão do veículo de comunicação.




Existe ainda a questão de em uma redação cada um ter seu papel, assim como na sociedade, sendo o setor comercial o de maior destaque pela necessidade manutenção da estrutura.

Assim a questão do livre arbítrio se torna relativa quando se contrapõe ao interesse comercial que sustenta os meios de comunicação, uma vez que a manutenção dessa estrutura depende de investimentos externos, passando o setor comercial a direcionar o conteúdo de uma dada informação.


Sendo o espaço de cada um respeitado, um redator não sai do seu lugar para alterar a condução dada por um diretor de outro setor, entende que cada um tem seus motivos racionais para conduzir o processo do qual faz parte, assim se estrutura o veículo, assim se organiza tal modelo.

Por fim, o setor comercial é o grande destaque a ser observado por todos os setores antes de conduzir uma dada informação, de forma a atender os públicos de influência direta do jornal, afim de manter o sustento que vem através de seus patrocinadores.



By Jackson Bueno

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Teoria Instrumentalista

Parte de um paradigma de estudos da parcialidade, cujo objetivo
é verificar ou não a existência de distorções nos textos noticiosos.

Há duas versões dessa teoria:

“Esquerda”: As notícias servem como instrumento para manter
a ordem capitalista. Aqui os teóricos “esquerdistas” defendem
uma idéia de que as notícias são produzidas para sustentar socialmente
a idéia de um mundo capitalista. Falam muito em teorias relacionadas
à manipulação da visão que temos de “realidade” e acusam a mídia de
agir de maneira parcial, ou seja, a favor dos interesses capitalistas, de consumo.

“Direita”: As notícias são utilizadas para questionar o sistema.
Os teóricos “direitistas” (que em sua maioria defendem o sistema
capitalista como natural) se defendem dizendo que as notícias não
estão a serviço do sistema capitalista, mas sim na contramão
desse sistema, questionando-o.

Essa teoria reflete a teoria do espelho na medida em que propõe
o estudo das distorções contidas nas notícias. Dessa forma,
a notícia aqui é encarada como reflexo/ reprodução da realidade.

Para os “esquerdistas” da Teoria Instrumentalista as notícias
são parte da publicidade que sustenta o sistema capitalista.
Valores como individualismo, competição e consumo aparecem
cotidianamente consolidados nas páginas dos jornais e telas da televisão.

Já os “direitistas defendem a idéia de que os jornalistas
formam uma classe social específica e distorcem as notícias
com o objetivo exatamente inverso: veicular idéias anticapitalistas”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Teoria Etnográfica


A palavra etno quer dizer cultura. A teoria etnográfica só ocorre a partir do momento em que existe uma pesquisa de campo, onde o pesquisador vai se despir de sua cultura para vivera cultura do outro.


Nessa metodologia o pesquisador não deve apenas conhecer profundamente a cultura que esta estudando, deve também se apropriar dela, fazer parte de sua dinâmica.


A teoria etnográfica consiste nas diferentes formas de ver o mesmo fato. O jornalista deve despir-se de suas visões estereotipadas para enxergar diferentes angulações e contextos. Ver com as lentes do outro.


Segundo Roberto DaMatta, para vestir a capa de etnólogo, é preciso realizar uma dupla tarefa: transformar o exótico em família e o familiar em exótico.


O método etnológico, acoplado à perspectiva teórica do newmaking, parece colocar uma pá de cal na teoria instrumentalista ao perceber que as rotinas profissionais têm muito mais influência na produção das notícias do que uma possível conspiração manipuladora da imprensa. Ou seja, a maior influência do jornalista é a sua propria cultura.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Teoria do Espelho


A Teoria do Espelho pressupõe que as notícias são como são porque a realidade assim as determina. O bom jornalista é aquele sujeito que observa tudo desinteressadamente e registra o que vê de maneira honesta e equilibrada. Além disso, é extremamente cuidadoso para que sua opinião não esteja presente na notícia, garantindo um retrato fiel da realidade, como na fotografia.

A teoria do espelho ainda é uma bússola norteadora dos manuais de redação e das regras de conduta dos jornais, pois parte-se do princípio de que seguir as regras do bom jornalismo, ou seja, escrevendo matérias de modo impessoal, ouvindo os dois lados da questão, o jornalista estaria retratando com maior fidelidade a realidade.

Nesse sentido a teoria é criticada, como aponta Felipe Pena, que o espelho pode não mostrar todos os ângulos, pois há dois tipos de espelhos: os planos e os esféricos, podendo ser refletido muitas vezes o que não é a realidade do fato no momento, deixando a imparcialidade de lado devido a distorções que possam acontecer.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Teoria do agendamento

Os efeitos que as notícias podem causar são estudados sob duas perspectivas. A mais famosa dela é a teoria do agendamento, elaborada, principalmente, a partir de trabalhos de McCombs e Shaw. Segundo ela, as pessoas têm a tendência a incluir ou excluir de sua agenda de discussão aquilo que a mídia exclui ou inclui de seu conteúdo. Outra importante explicação sobre os efeitos foi desenvolvida pela alemã Elisabeth Noelle-Neuman, no livro A espiral do silêncio.
Para ela, há uma dificuldade de se mudar os hábitos, porque as pessoas tendem a esconder opiniões à ideologia majoritária. Assim a mídia, ao difundir apenas a ideologia majoritária, ajuda a manter o status quo.
Na terceira parte do livro, o autor aborda as tendências e alternativas atuais de fazer jornalismo. Fala de jornalismo de resistência, reportagem assistida por computador, jornalismo digital, jornalismo comunitário, correspondentes em guerra, jornalismo investigativo, imprensa universitária e jornalismo científico.
A construção do jornalismo como uma área do conhecimento humano é o assunto da parte final do livro. Pena afirma que "a Teoria do Jornalismo deve assumir sua cientificidade, o que significa investigar evidências, produzir dados e construir enunciados passíveis de revisão e refutação" (p. 218) e ressalta a importância do constante intercâmbio entre profissionais da redação e da academia.
Se é fato que teoria e prática caminham junto, como o autor, afirma a troca de conhecimento entre quem atua no mercado e quem está na academia ainda é muito pequena. Em parte porque muitas das pesquisas feitas na área de comunicação em nada contribuem para o jornalista de redação -é recente termos linhas de pesquisas específicas sobre jornalismo-, o que mostra um distanciamento da academia de questões mais práticas e cotidianas.
Por outro lado, a maior parte dos jornalistas de redação não reconhece a cientificidade de sua área, ignora a existência de teorias por traz de sua prática profissional -a entrada de disciplinas que abordam esta temática aconteceu principalmente nos anos 90- e não estão dispostos a refletir sobre suas ações. Teoria do Jornalismo é, sem dúvida, uma boa tentava de ligar a esfera que trabalha na imprensa com a que estuda, porque pode auxiliar a ambos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Teoria do Newsmaking


A teoria do Newsmaking rejeita a idéia de reflexão da realidade defendida pela teoria do espelho e defende o jornalismo como a construção da realidade.

A quantidade de fatos que ocorrem cotidianamente ultrapassa em grande volume os que de fato se tornam notícia nos veículos de comunicação, já que seria impossível noticiar a todos. Por esse motivo, a criação de notícias leva em consideração critérios para a escolha dos fatos a serem noticiados, medindo seu grau de noticiabilidade através dos valores-notícia, divididos em:

Categorias substantivas: importância dos envolvidos, quantidade de pessoas envolvidas, interesse nacional, interesse humano, feitos excepcionais.
Categorias relativas ao produto: brevidade (dentro dos limites do jornal), atualidade, novidade, organização interna da empresa, qualidade (ritmo, ação dramática), equilíbrio (diversificação de assuntos).
Categorias relativas ao meio de informação: acessibilidade à fonte/local, formatação prévia de manuais, política editorial.
Categorias relativas ao público: plena identificação de personagens, serviço/interesse público, protetividade (evitar divulgar suicídios, etc).
Categorias relativas à concorrência: exclusividade ou furo, gerar expectativas, modelos referenciais.

Segundo Mauro Wolf, a seleção de fatos a se tornarem notícia estão vinculados a três vertentes principais: a cultura profissional dos jornalistas, a organização do trabalho e os processos produtivos. “Pontuando” um fato através dos critérios acima, ele sofrerá a influência do julgamento dos pauteiros e editores, embasado em sua cultura profissional. A organização do trabalho, a hierarquia, as jornadas de trabalho também terão influencia no produto final (a notícia), bem como os processos produtivos e suas limitações ou vantagens como o horário do deadline, a limitação de caracteres, os tempos envolvidos para edição, diagramação, impressão e distribuição.

Para Gaye Tuchman, os órgãos de informação têm três obrigações a cumprir ao produzir notícias: tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como algo notável; elaborar formas de relatar os acontecimentos sem a pretensão de dar a cada fato um tratamento idiossincrático; organizar temporal e espacialmente o trabalho, de modo que acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhados de forma planificada.

A teoria sugere que produção de notícias deve ser planejada como uma rotina industrial. Seus procedimentos próprios e limites organizacionais devem ser levados em consideração. Assim, o jornalista é submetido ao processo produtivo, e dessa maneira a possível manipulação das notícias pelo mesmo é superada pelas imposições do processo produtivo. As normas ocupacionais têm maior influência que preferências pessoais na filtragem das notícias.

No entanto, é comum que aconteça uma “distorção inconsciente”, que está relacionada às próprias limitações da rotina produtiva, como o deadline, a preferência de determinados valores-notícia, o tempo/espaço disponível para determinada matéria, etc.


Essa distorção pode ser exemplificada com a hipótese de que uma notícia de última-hora seja inserida no jornal sem que uma apuração ideal tenha sido feita. Seguindo os critérios dos valores notícia, as declarações de uma fonte oficial, por exemplo, terão prioridade a serem noticiadas, o que pode distorcer o fato.


O veículo tem um formato planejado, o que torna possível um planejamento prévio de alguns tipos de notícia que o comporão, antes mesmo que elas sejam produzidas. Ex de tipos de notícias: duras (factuais), leves (que não perdem a atualidade), súbitas (imprevisíveis), em desenvolvimento (fatos ainda acontecendo), em seqüência (fatos pré-programados). Assim, matérias leves, de temas em desenvolvimento e em seqüência são melhor planejadas, com maior antecedência.

Apesar do processo industrial, o processo de trabalho não é imutável e determinista. A rede de fontes, a capacidade de negociação e o talento para a investigação demonstram que o processo de produção das notícias é interativo. Ele depende das rotinas profissionais, iniciativa dos jornalistas, e da demanda da sociedade.

Algumas forças/ações devem ser consideradas como influenciadoras na produção de notícias: ação pessoal (as notícias resultam parcialmente das pessoas e suas ações); ação social (as notícias também são fruto das dinâmicas e dos constrangimentos sociais); ação ideológica (as notícias têm origem nos interesses que dão coesão aos grupos); ação cultural (as notícias são produto dos sistema cultural em que são produzidas) ; ação do meio físico (as notícias dependem dos dispositivos tecnológicos usados em sua fabricação); ação histórica (as notícias são um produto da história, durante a qual interagem as outras cinco forças).

Em suma, a teoria do newsmaking trata das práticas unificadas que são adotadas na rotina de trabalho pelos órgãos de informação, como a divisão de tarefas, a utilização de valores-notícia, a carga horária de trabalho, o caminho que percorre a notícia desde sua apuração à sua veiculação, a fim de ordenar o tempo e espaço, e assim trabalhar a produção de notícias de forma planejada e ordenada.





Por Larissa Okuyama

segunda-feira, 16 de novembro de 2009



A questão central do jornalismo é porque as notícias são como são?
Dentre as várias teorias que tentaram responder a essa pergunta, três se destacam: a teoria do espelho, a teoria do gatekeeper e a teoria organizacional. A teoria do gatekeeper, originalmente surgida no campo da psicologia e adaptada à análise comunicacional por David Manning White no anos 50, dá ênfase à ação pessoal. White acompanhou durante uma semana o processo de escolha de notícias por parte de um jornalista de meia-idade de um jornal médio norte-americano. A cada escolha, o jornalista, denominado Mr. Gates, deveria anotar as razões pelas quais aceitava ou não uma notícia vinda de uma agência.
White concluiu que o processo de seleção é arbitrário e subjetivo. Assim, de acordo com a teoria resultante do estudo, o jornalista é um gatekeeper, um porteiro, que abre e fecha a porta para as notícias. Aquelas que parecem mais interessante para o jornalista são publicadas, as resultantes são esquecidas.
Generalizando, pode-se dizer que todo jornalista, a todo momento, é um gatekeeper, pois, além das escolhas das pautas que mais interessam, cabe também a escolha dos detalhes que serão publicados. Um profissional pode abrir o portão para determinada informação em uma notícia e fechar para outros. Além disso, há profissionais, como os editores, que têm como função abrir ou fechar o portão para os fatos que serão divulgados, configurando verdadeiros gatekeepers.
A teoria gatekeeper foi duramente criticada por apresentar uma explicação puramente psicológica para a questão das escolhas das notícias e esquecer aspectos sociais. O enfoque sobre a ação social seria dado pela teoria organizacional. Criada por Warren Breed, essa teoria insere o jornalista no seu contexto mais imediato: a organização para a qual trabalha.
Breed dá destaque para os constrangimentos organizacionais pelos quais passam os jornalistas e considera que estes obedecem muito mais as normas e a política editorial/política da empresa, do que seus impulsos pessoais na hora da escolha das notícias. Como exemplo disso, em estudo realizado em Portugal por José Luís Garcia, 90,6% dos jornalistas daquele país revelaram já ter sofrido algum tipo de pressão no exercício de sua profissão. Essas pressões eram de origem externa e interna. Entre as pressões externas, a maioria provinha de grupos interesse político-partidário (85,8%), seguidos por grupos empresariais e governamentais. Essa pressão, entretanto, não é direta. Ao jornalista inexperiente não é informado o que ele deve ou não deve fazer. Ele o aprende aos poucos, através de um sucessão sutil de recompensas e punições. Assim, o jornalista aprende a antever aquilo que se espera dele, a fim de obter recompensas e evitar penalidades
São raros os jornalistas que se colocam contra a linha política/editorial da empresa.
A maioria se conforma com ela em decorrência de vários fatores. Entre eles: as punições e recompensas; o sentimento de estima para com os superiores e o medo de magoá-los; a vontade de crescer profissionalmente (jornalistas que se adequam à linha política/editorial da empresa têm mais chance de chegar a cargos de chefia); o prazer da atividade (os jornalistas, apesar de não perceberem altos salários, estão geralmente satisfeitos com sua atividade e sentem que estão contribuindo de alguma maneira para a melhoria da sociedade).
Por Giovanderson.